coluna da dani5

11/10/21

7ª parte

 Um valioso desvio da Rota

yeah

Estado do Arizona, aí vamos nós! O estado que acolhe o Grand Canyon... eeee.... Para quem é da mesma idade que eu (ok, vou me revelar aqui! Hehe) com certeza deve ser o estado onde mora o Papa-léguas! Sim, aquele mesmo, do desenho animado! Certeza que o Coyote está esperando por ele atrás de alguma montanha com um explosivo maquiavélico! Bip-bip!!

as montanhas

Se você entendeu a piada, ótimo! Garanto que entenderá outro pedacinho desta matéria mais abaixo também... Se não entendeu, dá uma olhadinha no Google, por favor!

Tenho que compartilhar com vocês que a Rota 66 neste estado é no mínimo “pitoresca”! Como você verá aqui, o Arizona é um estado árido, repleto de vegetação quase desértica e montanhas rochosas e que foi povoado, em sua origem, por índios locais. A história da colonização deste estado se assemelha às histórias do Texas e Novo México, já descritas aqui: índios viviam no lugar, espanhóis colonizaram, depois mexicanos, até que o estado passou a fazer parte do Estados Unidos. Nada de muito diferente, mas vale dizer que, aqui, algo um tanto peculiar acontece: a vegetação e topografia especiais deste lugar, contribuíram para que os indígenas cultuassem o seu solo como sagrado, e, garanto a vocês, isso faz toda a diferença na história de qualquer pedaço de chão!

Para começar, entramos no Arizona pela cidade de Holbrook. Ok, aqui vai a pergunta: qual foi a última vez na sua vida que você dormiu em uma oca? Sim, aquela oca dos índios que você estudou na escola! Hehe... eu avisei a vocês que o estado foi povoado por tribos indígenas, certo? E essa história se sente até hoje no local! O Wigwam Motel (literalmente “Oca Motel”) aluga quartos em forma de ocas! Isso mesmo! Se você não quiser fazer nada nas suas férias, somente se hospedar neste hotel já vale a visita!

wigwan

Parada feita, “mim tirar foto na oca” e ponto turístico visitado, seguimos viagem... e chegamos a Flagstaff.

Flagstaff é uma das “cidades base” para quem quer visitar o Grand Canyon. Claro que o Grand Canyon tem hotéis dentro do parque, mas vale mencionar que as cidades nos arredores são charmosas e lindas, e as acomodações nestes lugares são bem mais baratas! Flagstaff complementa seu charme original com a ocupação mais recente de irlandeses: os pubs e restaurantes da cidade são deliciosos e fofos!

Cidadezinha vista, jantar delicioso saboreado, noite bem dormida, partimos para a grande aventura: ahhhh, finalmente, o Grand Canyon!!!

Como já informado, o Grand Canyon não faz parte da Rota 66! Mas como o desvio feito para se chegar a ele não é grande, vale sim gastar tempo com a visita!

Partindo de Flagstaff, seguimos rumo ao norte para entrar no Grand Canyon pela entrada sul. Diga-se de passagem, a parte sul do Grand Canyon é a mais visitada!

O resuminho da história aqui é necessário: o Grand Canyon é uma formação rochosa espetacular que foi escavada pelas águas do rio Colorado por milhões de anos... o rio, que nasce bem ao norte do Grand Canyon, no estado do Colorado, foi descendo em direção ao sul e a passagem de suas águas pelas montanhas foi escavando as rochas. Com a ajuda dos ventos e chuvas, conforme o rio escavava as rochas, sedimentos se elevavam e iam formando platôs e montanhas. Resumindo, depois de milhões de anos passando por esse processo lento e contínuo, os vários canyons foram se formando e a natureza então nos presenteou com esse visual simplesmente espetacular! Sim, querido leitor, é simplesmente espetacular!! Eu confesso a vocês que me senti como se estivesse fazendo parte de uma foto ou de um filme, porque o negócio é tão surpreendente que é meio fora de uma realidade razoável!

uma das vistas

A região foi transformada em parque em 1919, e, então, começou a ser conservada e aberta à visitação. Antes disso, o local era povoado por indígenas. As tribos viviam ali nas cavernas do canyon e, por considerarem o local sagrado, faziam peregrinações regulares pela região. Há relatos de uma tribo que ainda vive naquela região até hoje e cujos antepassados começaram a povoar o local há 800 anos...

Grand Canyon é um dos maiores e mais atraentes lugares turísticos dos EUA, trazendo para a região milhões de visitantes por ano!

Há várias maneiras de conhecê-lo: pelo ar, em helicópteros, pela terra, descendo as fissuras do canyon em mulas ou mesmo a pé, ou, como uma pessoa normal, parando seu carro no estacionamento e caminhando até os pontos de visitação (o que eu, presentemente, o fiz!).

As paisagens são exuberantes! A formação de milhões de anos, transformou o local em berço de biodiversidade, flora e faunas únicas! Vale lembrar que o canyon mantém o curso do rio Colorado e que ele ainda está lá... às vezes não muito visível por estarmos distantes, mas às vezes, também, presenteando o local com cachoeiras e quedas d’água lindas e bucólicas!

vista de um dos

o rio iáaa

mais c

Não há muito o que eu possa falar aqui para “guiar” uma visita sua ao Grand Canyon. Acredito que apenas uma dica é fundamental: o canyon é muito grande e tem várias atrações! Para visitá-lo, vale a pena se informar para ver o que melhor te agrada: aventuras radicais ou um passeio mais tradicional. Desta maneira, você pode evitar o perrengue de ficar empacado em uma mula descendo uma fenda do canyon por exemplo, ou, então, a aparente chatice de ficar só vendo montanhas! Há passeios para todos os gostos por lá!

Ok... visita impressionante feita, a ideia é seguirmos pela Rota, correto??

Muito bem, rumo mais uma vez ao sul então! E eis que... Lembra que comentei com vocês no começo desta matéria sobre idade? Então, para os que me acompanham aqui, só tenho uma coisa a dizer: YABBADABBADOOOOOO!!!!!

chegada

Acreditando ou não (porque eu NÃO acreditei quando vi), existe sim a cidade dos Flinstones (aqueles mesmos do desenho animado de mil novecentos e bolinha!): Bedrock City! Olha... para quem está lendo isso aqui agora: os Flinstones fizeram parte da minha infância (e de muitos mais além de mim, creio eu) e conto a vocês que eu quase morri de rir neste lugar! O local nada mais é que um parque temático dos Flinstones com os locais e as personagens que apareciam no desenho. Não é nada repleto de montanhas russas ou atrações interativas, mas se você, como eu, viveu sua infância assistindo ao Fred e à Wilma viverem na cidade da pedra, esse parque é simplesmente fantástico! Nada que você não visite em uma ou duas horas, então não precisará passar muito tempo ali, mas vale cada minuto de foto tirada e gargalhada dada! Hehe...

vai

para aqueles

Depois da volta à infância, chegamos à Williams (como adulta espero!), outra das cidades ao redor do Grand Canyon que valem uma visita! A cidade é um charme e escolher um dos restaurantes atraentes e passar a noite por lá é recomendado! Se você tiver mais tempo, vale agendar um passeio de esqui em uma das montanhas nevadas dos arredores!

Próximo de sairmos do Arizona, ainda temos algumas paradas obrigatórias: Seligman é uma delas. Se até agora você não comprou souvenirs e presentinhos da Rota, vai achar vários aqui! A cidade vive a Rota 66 e aquela paradinha para as fotos tem que acontecer neste lugar! Além disso, a visita ao “Delgadillo’s Snow Cap” é imperdível!

o histórico

O local é um restaurante drive-thru histórico da Rota. Seu fundador, na época sem dinheiro, resolveu construir o restaurante com a sucata que encontrou no trilhos da estrada de ferro que iam para Santa Fé, no Novo México. Entre as várias decorações estranhas do local, o que se destaca, sem dúvida, é o humor do dono! Há duas portas no local por exemplo, uma com uma maçaneta falsa, e a outra que funciona... a placa de abertura do restaurante diz “Sorry, we are open” (em tradução livre, “Desculpe, estamos abertos”), no menu eles oferecem “dead chicken” (“frango morto” em tradução livre, ainda bem né?) e por aí vai... é divertido, vale a parada!

Logo depois de Seligman, mais um lugar pode ser interessante para parar... digo que “pode ser”, porque nem todos curtem muito, mas eu achei que a visita valeu! Grand Canyon Caverns: sim, são cavernas do Grand Canyon que foram descobertas meio que por acaso há algumas décadas... elas ficam em Peach Springs, e a história conta que tribos indígenas viviam ali e que, claro, o lugar também era solo sagrado! Sagrado e  repleto de histórias de fantasma cá entre nós... tão repleto de histórias fantasmagóricas, que, até hoje, há tours noturnos para encontrar os tais fantasmas por lá! Alguém se habilita?? Fato é: este local é o maior complexo de cavernas secas dos EUA. Ele abriga um hotel em seu interior (sim, um hotel lá embaixo da terra! Nem vou falar nada sobre os tours fantasmas agora...) e quando visitamos o local podemos ver comida enlatada guardada no tempo da guerra fria pelo governo americano na caverna. Diz a lenda que se tudo explodisse, a população se esconderia ali e poderia viver um bom tempo com a comida armazenada! Ai ai... americanos e seu complexo de perseguição! Enfim, vá saber se a visão de fantasmas não seria afinal fome, não é mesmo?

a suíte

Passeios fantasmas presentes, a última parada do Arizona é, nada mais, nada menos, que uma cidade “meio que quase fantasma”! Oatman foi uma rica cidade mineira cujas minas de ouro foram desativadas na década de 40 pela alta produção de outros minérios na região. A cidade ainda sobreviveu um tempo em razão da Rota 66, mas, depois da construção da rodovia, ela se esvaziou quase que completamente e passou a ser somente uma atração turística da Rota. Já que estamos por aqui, vale parar, tirar uma foto e seguir viagem, porque o lugar é sim peculiar!

restaurante

Agora sim, estamos deixando a poeira do deserto para trás para entrarmos em nosso último trecho da Rota: peguem suas pranchas de surfe queridos leitores, porque estamos chegando na Califórnia!