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coluna da dani1

Para falar com a Dani: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

SÉRIE "NA ROTA DA HISTÓRIA" -ROUT 66-USA

26/05/21

4ª parte

Saint Louis e a expansão para o oeste

E, seguindo viagem, saímos do Illinois e chegamos no Missouri!! Yupiiiii!!

Ok, por que a festa não é mesmo?? Bem, em poucas palavras? Chegamos oficialmente à porta para o Oeste americano, eba!!!

Saint Louis1

 

Logo que cruzamos a fronteira do estado entramos em sua capital Saint Louis e, claro, que com os pés na cidade, lá vem a historinha: depois de tantas conquistas de colonizadores e de lutas travadas com índios nativos daquela região, os desbravadores Louis e Clark acabaram dominando a área. A grande importância, então, do estado do Missouri começou a aparecer quando este estado comprou a Louisiana... você quer dizer o “estado da Louisiana”?? Sim, sim, essa mesma!! Aquela Louisiana da famosa cidade de New Orleans, sabe qual é?? Estranho, meus queridos leitores, mas real e bem possível, aliás! Aqui vale um pequeno parêntese para mencionarmos um fato bem interessante: lembremos, por favor, que os Estados Unidos da América são estados “unidos” em uma confederação, ou seja, estados independentes e autônomos que por acaso respondem à mesma nação, o que torna compra e venda de territórios algo bem plausível e legalmente viável sim! Estranheza esclarecida, seguimos!

O território da Louisiana foi vendido pelo francês Napoleão Bonaparte (lembra dele?) ao Missouri por 50 milhões de Francos (uma fortuna nos idos de 1800, mas hoje, nem tanto dinheiro assim). Bom, o resto a partir daí, é história: com esta compra o Missouri começou a se firmar como um estado poderoso e a próspera cidade de Saint Louis, que abraça amplamente o rio Mississipi, simplesmente alavancou economicamente se tornando um ícone de transportes e transações comerciais. Ahhhh... este lamacento e amarronzado rio Mississipi! A história deste rio é parte do desenvolvimento americano, com certeza! Comércio, negros, franceses, espanhóis, escravos... todos e tudo passaram, passam e passarão por este feioso rio! Afinal, lá a história continua sendo escrita até os dias de hoje, mas já, já falaremos mais disto!

Por agora, vamos descrever a passagem pela charmosa cidade de Saint Louis, capital do estado do Missouri, que foi assim nomeada em homenagem a Luís IX da França. Assim como na Louisiana, a influência francesa nesta cidade é grande! A cidade é referência em parques e áreas verdes e seu jardim botânico e zoológico são ícones da região e realmente valem uma olhadinha que seja! Masssss... claro que não dá para falar em Saint Louis sem mencionar o que mais a torna chamativa: o Arco, os Cardinals e aquele tal de blues!!!

Sim, você leu corretamente: o “ARCO”! Se você se lembra bem, no começo dessa matéria (e se não lembra vai lá em cima e dá uma olhadinha, por favor), o Missouri é a porta do Oeste americano, e o arco foi construído justamente para homenagear esta expansão rumo ao Oeste desconhecido! E sim, é um arco mesmo (com histórias mega macabras de que o tal monumento já foi inclusive interditado porque quase caiu e coisa e tal, vá saber)! O fato é que este arco tem um museu bem interessante na sua base, que conta detalhes da história desta cidade e deste estado americanos incluindo a história de seus índios nativos e da colonização e expansão para o Oeste. O arco se debruça sobre as margens do rio Mississipi (olha ele aqui de novo!!!), e, acredite quando eu digo, do topo do arco você vai comprovar que o rio é barrento que só mesmo!!! Digamos que sua “beleza” esteja intimamente ligada à sua “utilidade”, hehe... a vista da cidade e a história do arco valem cada minuto da visita! E, claro, que de lá de cima a gente consegue ver o estádio do grande time local de beisebol: os Cardinals!

Saint Louis2

Saint Louis3

Curtindo você beisebol ou não (e entendendo esse raio desse jogo ou não – porque, cá entre nós, eu nunca o fiz), o estádio é fantástico! Mesmo sem entender nada do jogo, vale comprar um cachorro quente e ver a bola quase no mesmo lugar do estádio a cada mordida! Porque afinal, um jogo de beisebol pode levar de 4 a 5 horas para acabar!!! Hehehe... mas, se sua paciência não permitir que você assista a um jogo e visite o estádio pessoalmente (algo bem compreensível!), não se aflija: dá para vê-lo do alto do arco e mesmo da rua, porque uma parte de sua parede é rebaixada.

Saint Louis4

Vale, ainda, dar uma passada pelos bares na região do estádio, pois estes contemplam todo o clima do local e frequentá-los é bem divertido! E se, ainda assim, você achar que Saint Louis não tem nada que te agrade, tente um barzinho de rock e blues, porque, afinal, a história francesa da cidade não nega sua herança musical! A cidade é o berço do famoso “Saint Louis blues” e é a cidade natal de ninguém menos que Chuck Berry! O músico fez sua história e tocou por lá no Blueberry Hill Club até pouco antes de sua morte em 2017.

Saint Louis5

Saint Louis6

Não é de espantar que esta porta do oeste americano faça parte de nossa Rota 66! Aliás, eu diria que esta Rota nada mais é que um “rio Mississipi sobre rodas”!

E quanto mais andamos, mais descobrimos curiosas peculiaridades, por assim dizer: a Rota foi feita com o intuito de facilitar a comunicação e transporte entre Chicago e o Sudoeste do país. Foi construída em 1926 e teve seu trajeto modificado algumas vezes. E aqui a história fica até meio engraçada, porque, atravessando a Rota vemos que há nela há vários nomes: “historic route 66”, “old route 66”, “US66” e por aí vai...

Depois do fim da II guerra mundial, a estrada começou a ser muito mais utilizada do que antes e congestionamentos e acidentes começaram a ser recorrentes. O governo federal, então, começou a estudar alternativas para deixar a Rota mais segura. Nesta época, as grandes vias começaram a ser construídas, e uma rodovia hoje chamada de I-44 foi construída para substituir a Rota. O estado do Missouri solicitou que esta rodovia fosse chamada de I-66, mas a federação não concordou e aí a zona de nomes da antiga Rota começou!

O resumo disto tudo: até aqui, podemos percorrer a “mother road, Route 66” com uma certa clareza, e isso vai perdurar por mais alguns quilômetros em Oklahoma, mas vocês vão notar que muito em breve a Rota começa a sofrer cortes, traçados sem fim, falta de placas, quebradas que acabam em lugar nenhum, enfim, a velha Rota ainda sobrevive apesar de tudo, mas os tempos e sua utilidade com certeza mudaram!!

Saint Louis7

E no meio desta mudança toda, continuamos persistindo e seguindo viagem!

E agora, mais que nunca, recomendo a todos que botem seus óculos de sol, agarrem suas motocas e soltem os cabelos para serem acariciados pelo vento, pois esta parte é realmente para os apaixonados por uma estrada: meus queridos, o Oeste nos espera!!

 

04/03/21

3ª parte

Springfield, IL-o legado de Abraham Lincoln

E seguimos viagem para mais uma parada: Springfield!

rota 66
Para vocês que estão me acompanhando nesta jornada, creio que devem estar se perguntando “por que ela mencionou o nome da matéria como Springfield, IL??”. Que raios é esse “IL”? Bem, vale um pequeno esclarecimento antes de seguirmos viagem: “Springfield” é o nome mais comum de cidades por todos os EUA!!! Ao todo, há 38 cidades espalhadas por todo o país com o nome de “Springfield” e em vários estados diferentes, portanto, acreditem, vale informar que a Springfield sobre a qual falaremos hoje, está localizada no estado de Illinois (IL)! E vale também mencionar algo extremamente relevante: Chicago e Springfield pertencem sim ao mesmo estado e, ao contrário do que muitos podem pensar, Springfield é a capital do estado de Illinois, e não Chicago! Mas Springfield é bem menos famosa e muuuuuito menor que Chicago, certo? Sim, certíssimo! Massss... vale lembrar, também, que as capitais dos estados americanos foram eleitas como tais por suas posições geográficas e não pelo número de habitantes! O que quer dizer que, normalmente, as capitais estão no interior, até para terem maior proteção em caso de quaisquer problemas (lembremos, por favor, que ataques terroristas e coisas estranhas deste gênero real e infelizmente acontecem nos EUA!). Tudo esclarecido e nada resolvido, seguimos viagem...
famoso mural
Depois de sairmos de Chicago e dirigirmos algumas centenas de milhas pela Rota 66 vendo posto abandonado, casa velha, rota cortada e darmos uma paradinha em Pontiac (e sim, vale a visita: pois lá é a casa de um museu bem interessante sobre a Rota 66, que mostra muito do que esta estrada contribuiu para a história americana dos dias de hoje!), finalmente chegamos à Springfield! Por acaso a capital do estado, como já dito anteriormente, e, sim, notoriamente a cidade conhecida como sendo de Abraham Lincoln!!!
posto
A cidade tem cerca de 200 e poucos mil habitantes, e apesar de não ser muito grande é um charme! Sendo a capital do estado, confesso que esperaria algo bem mais urbano, mas no horizonte da cidade ainda predominam casas baixas ao invés de arranha céus, o que nos dá uma bela visão do capitólio e sua cúpula suntuosa de vários pontos da cidade! Aqui acho que vale uma pequena observação para esclarecimento geral: “capitólio” nos EUA, para aqueles que desconhecem, é o prédio que serve como centro legislativo dos estados. Trocando em miúdos, geralmente são construções lindas e com cúpulas caprichadas (bem imponentes e, em alguns casos, até mesmo cobertas por folhas de ouro, acredite se quiser!), que muitas vezes têm pequenos museus dentro contando a história dos governos locais. Olha, eu pessoalmente recomendo a visita, e digo que, até hoje, todos que visitei foram uma grata surpresa, e claro

que o de Springfield não deixa nada a desejar!

Mas com certeza não paramos em Springfield por um simples “capitólio” certo? E sim, a cidade faz parte integrante da Rota 66, mas há um motivo maior para estarmos aqui: Abraham Lincoln. Sim, ele mesmo, o 16º presidente americano! E, como tenho dito a vocês, não estamos em uma “simples rota”, mas sim, em uma rota que representa parte da história da liberdade e democracia americanas!

Apesar de ser original do Kentucky, Lincoln fez sua vida adulta no estado do Illinois e também foi lá que começou sua carreira política como deputado estadual.
capitólio

Ele governou os EUA entre 1861 e 1865 pelo Partido Republicano e um de seus maiores feitos como presidente foi o controle da guerra de secessão, culminando no decreto que pôs fim à escravidão neste país. Lincoln é o autor da frase “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo” e, até hoje, é considerado um político excepcionalmente astuto e com um poder de oratória sem igual! Seus discursos são uns dos mais citados da história dos EUA até os tempos atuais e ele é sim considerado um ícone mundial da demonstração dos princípios de nacionalismo, igualdade, liberdade e democracia. Ele foi também, o primeiro presidente americano a, tristemente, ser assassinado, fato que ocorreu alguns meses após sua reeleição no fim de 1864 e que deixou o país inteiro em luto.

A cidade de Springfield até hoje honra e homenageia seu cidadão mais ilustre! Lincoln teve seus maiores êxitos pessoais, profissionais e políticos nesta cidade e foi também enterrado aqui. O memorial onde está seu túmulo foi finalizado no governo de US Grant (comandante-general do governo de Lincoln, e um dos maiores responsáveis pelo controle da guerra de secessão). Trechos de seus discursos enfeitam as paredes do memorial e para os interessados pela história da democracia americana, vale a visita! Mas o melhor com certeza ainda está por vir...

entrada do memorial sala do túmulo

Saindo do memorial e indo em direção ao centro da cidade, vemos (com o capitólio ao fundo, claro) meia dúzia de quadras em volta da antiga casa de Lincoln conservadas “exatamente como na época” em que ele morava por lá! Vejam, quando digo “exatamente conservadas como na época”, não há nenhuma maluquice nisso!! As calçadas são feitas de madeira, as ruas de serragem e os postes de lampião. Tem até a carroça onde se comemorou a vitória da eleição de Lincoln à presidência em uma das ruas (e sim, é a carroça original!!!).
Alguns anos após a morte de sua mãe, Mary Todd, o filho mais velho de Lincoln vendeu a casa para o estado de Illinois por US$ 1.00 (sim, você leu mesmo “1 dólar”) com a condição de que o estado restaurasse a casa e a abrisse para visitação pública sem cobrar nada para todo o sempre! Fazendo do lugar um ponto eterno de homenagem a seu pai e parte do patrimônio histórico dessa peculiar cidade. A visita vale cada minuto! Apesar de você não pagar um centavo sequer por isso... Hehe...

Vale dizer que o estado do Illinois investiu dois milhões de dólares para renovar (e manter exatamente como nos idos de 1860) a área, incluindo a casa em que Lincoln morou quando casou-se com Mary Todd, criou os filhos e também onde foi eleito presidente dos EUA. Muitos objetos de dentro da casa são originais (como a mesa onde Lincoln assinou sua posse como presidente, e também sua cama) e outros, claro, são réplicas que procuram ser o mais fiel possível aos originais. É uma autêntica volta ao passado e um ponto memorável desta rota espetacular!!

casa carroça
mesa  cama

Depois de tanta história, fecho nossa visita de hoje com mais uma das muitas memoráveis e verdadeiras frases de Lincoln e convido vocês a embarcar comigo em direção à nossa próxima e musical parada rumo ao Oeste: “Saint Louis”...

“Se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”

- Abraham Lincoln -

 01/02/21

SÉRIE "NA ROTA DA HISTÓRIA"

2ª parte

Chicago, "the windy city"

E a viagem começa: Chicago, "the windy city"

route 66

E conforme prometido, seguimos em nossa primeira parada nessa viagem pela Rota 66 americana: Chicago!! E sim, lá venta... muuuuuito!! Dizem que se num dia de vento você ficar em pé na rua e for se inclinando para a frente o vento simplesmente te segura e você não cai! Então... eu confesso que até tentei, mas deu medo e desisti! Hehe...

Digo a vocês que sou muito parcial ao avaliar Chicago, porque realmente acho que é uma cidade incrível e com uma personalidade sem igual!

 chicago linha 

Bom, tudo começou quando um francês chamado Jean Baptiste Pointe du Sable, o tal “pai de Chicago”, passou por lá e resolveu desbravar o local e acabou fundando a cidade. Aliás, vale pela curiosidade: este nome foi dado à cidade por causa do forte cheiro no local de uma planta chamada “checagou” (que brilhantemente se pronuncia chicago!). Essa abençoada e fedida planta batizou a cidade e, por uma boa benção, sumiu quase que totalmente da região, porque, acreditem, o negócio realmente cheirava muito mal!!!


Enfim, o tal do Sable achou a posição da cidade extremamente interessante, pois pensou que qualquer estrangeiro poderia ir da Europa até Nova York e, então, trazer tudo pelos rios que irrigam os EUA até o lago Michigan, onde fica Chicago.

De lá então, seria mamão com açúcar transportar quaisquer mercadorias pelos EUA através do famoso e barrento rio Mississipi (um dos mais importantes pontos de transporte fluvial nos EUA até os dias de hoje) e, possivelmente, distribuir tudo pelo país e chegar até o México!

margens

 edifícios dani 

Pela localização fantástica, não preciso dizer a vocês que não demorou nadinha para os ingleses descobrirem o local como a nova porta de entrada para conquistar o interior americano, não é mesmo? Trocando em miúdos e resumindo a historinha: ingleses guerreiam com franceses e saem vencedores! Massss... vale dizer: uma porta de entrada tão estratégica para o território americano não poderia deixar de atrair um povo bem empreendedor... E sim, se você pensou no povo judeu, está correto! Chicago tem até hoje uma das maiores colônias judaicas das américas! Judeus estes que foram os grandes responsáveis pela alavancada econômica da cidade, afinal um dos negócios mais famosos do local realmente começou a dar lucros representativos quando um judeu se tornou vice presidente da instituição: estou falando da Sears! Para quem não sabe, cultura geral é sempre bom: a Sears foi uma das primeiras grandes lojas de departamento do mundo (a inspiradora do nossa antigo Mappin aqui do Brasil) e inovou o mercado com as compras por catálogo e com uma “coisinha” chamada “venda a crédito”, tão comum nos dias de hoje (e você que achava que a história de Chicago não tinha nada a ver com a sua vida não é mesmo?? Haha!)

Bom, posição estratégica, cidade mesclada por vários povos diferentes e borbulhando ideias novas: Chicago é sim uma cidade ícone, inovadora e cheia de gratas surpresas! 

Em sua história, cheia de percalços e dificuldades, a cidade também é conhecida pela sua inovação na construção civil. Depois de um mega incêndio que destruiu quase 100% da cidade lá pelos idos de 1871, a prefeitura estimulou arquitetos do país inteiro a se mudarem para lá com isenção de impostos e incentivos fiscais, desde que trabalhassem em prol da sua reconstrução. Foi lá que foram inventadas as estruturas pré-moldadas tão utilizadas nos dias de hoje. E é lá também que prédios fantásticos foram construídos, fazendo com que a cidade até hoje se gabe de seus talentos arquitetônicos. Sem dúvida, para quem gosta de arquitetura, esta cidade é espetacular!!!

margens do rio

Avaliando a história desta cidade e de como as oportunidades sócio econômicas sempre foram bem vistas e aproveitadas pelos prefeitos que lá governaram, não me espanta saber que Al Capone e o fundador da “Playboy”, por exemplo, se mudaram pra lá e fizeram suas vidas. Aliás, esta cidade já foi palco dos mais diversos tipos de indústria e comércio que podemos pensar! 

Chicago já foi, por exemplo, a maior produtora de cerveja dos EUA. Claro que se aproveitando desse "know-how da cidade" na época da lei seca, Al Capone começou a usá-lo para seu lucro próprio. Este, por sinal, é um capítulo bem obscuro da história desta cidade e, diga-se de passagem, os próprios residentes não falam muito sobre ele, pois parece que o negócio foi meio macabro! 

A década de 20 foi pesada para Chicago, mas, cidade de oportunidades como é esta, foi nesta mesma época que surgiu ali mesmo a revista Playboy e as famosas coelhinhas da Playboy. Aliás, essas “coelhinhas” nada mais eram do que as garçonetes do clube fundado pelo dono da revista e que faziam programa com os fregueses. Houve denúncia da sociedade em relação a esta "prostituição forçada" de funcionárias, claro, mas, segundo declaração delas próprias, elas faziam isso "por opção e consciência de sua própria sexualidade"! Bonito né? E viva a liberdade!

Não é de se espantar que nesta mesma época e nesta mesma cidade, um digníssimo médico tenha inventado... vamos ver se vocês adivinham... pensem um pouco por favor...  adivinharam??? Isso! O tal do médico inventou a pílula!!! Com o pretexto de curar distúrbios ginecológicos, claro, mas não é que por acaso o negócio também controlava a natalidade? Conveniente não? Bem, grandes descobertas vêm de grandes estímulos não é mesmo?

Chicago é, acima de tudo, uma cidade fundamentalmente pioneira, vibrante e linda! Com construções maravilhosas, vistas de tirar o fôlego, ótimos museus, parques e passeios fantásticos... pelo povo e pela cidade, sim, vale a visita por 1 ou 20 dias! Sempre haverá o que fazer e ver por lá!!

horizonte

A cidade é tão única e bem localizada que, quando o sistema de estradas dos EUA começou a ser desenvolvido, não poderia existir um lugar melhor para começar uma rota em direção ao Oeste americano ainda desconhecido!

A Rota 66 e o desbravamento do oeste americano começam aqui. Chicago é ponto de encontro de diferentes nacionalidades e grupos sociais e étnicos: americanos, europeus, judeus, negros, arquitetos, comerciantes... todos têm vez e lugar nesta cidade! E vale dizer: o povo de Chicago foi um dos primeiros dos EUA a apoiar os movimentos anti escravidão dos EUA. E sim, esta cidade idolatrava (e o faz até hoje) Abraham Lincoln! Mas este já é o começo de uma outra etapa da história... que terei o maior prazer de contar a vocês em nossa próxima matéria!

 

Espero vocês para desbravarmos nossa próxima cidade: Springfield, IL, e o legado de um político icônico da história americana.

11/01/21 

SÉRIE "NA ROTA DA HISTÓRIA"

1ª parte

A história americana pela Rota 66

rota 66

E mais um ano se foi e outro se inicia... e que 2021 seja abençoado e saudável para todos nós!!!

Seguindo a vibração, eis que o ano já começa turbulento! Invadiram o Capitólio americano, políticos ganharam aumento de salário, aposentados continuaram ganhando igual e por aí vai... nada muito diferente do tango caótico que temos vivido ultimamente, mas confesso que às vezes algumas notícias ainda me surpreendem! Como essa tal “invasão ao Capitólio dos Estados Unidos” por exemplo. Não, a postura do atual presidente deste referido país não me surpreende, mas sim, a postura dos cidadãos deste país me surpreende! Mas se o governante é o espelho da população... deixo com você a conclusão deste pensamento...

Seguindo o embalo desta dança, que tal mudarmos essa sensação de “caos” e partirmos em uma viagem histórica e sensacional?

Sou ávida a conhecer novos (ou antigos) lugares e novas (ou antigas) histórias! Amo viajar, e mais do que isso: conhecer o que cada lugar tem para contar a cada um de nós. E já que invadiram o Capitólio americano mesmo, por que não conhecermos um pouquinho mais da história deste país?

Convido você, portanto, a soltar os cabelos e balançá-los ao vento para uma interessante viagem pelas retas e curvas da histórica e emblemática Rota 66 americana!

Para quem nunca ouviu falar: a Rota 66 é uma estrada construída na década de 1930 nos EUA e que une o meio norte ao sudoeste do país. Reza a lenda que os artistas americanos residentes na região de Chicago, saturados das limitações da lei seca que vigorava na época, começaram a buscar novos horizontes e a desbravar caminhos em busca de locações mais baratas e acessíveis. Foi assim que o trajeto da então “nova” Rota 66 surgiu... e foi assim também que a tão admirada Los Angeles “hollywoodiana” se transformou na luxuosa residência de milionários artistas do país.

A Rota 66 vai da invernosa Chicago, IL, até a ensolarada Santa Mônica, CA, percorrendo cerca de 4.000 quilômetros e passando por 8 estados americanos e cerca de 200 cidades.

A Rota começou a ser construída em 1926 e inaugurada formalmente em 1938. Foi inativada oficialmente pelo governo americano em 1984, sendo substituída por vias expressas, mas durante o tempo em que estava ativa, seu valor e contribuições históricas foram inestimáveis!

Cidades nasceram para literalmente abraçar a Rota (e, diga-se de passagem, sobreviver dela!).

Foi lá que surgiu o primeiro Motel (ok, entenda por favor: Motor Hotel = Motel, ou seja, um hotel de beira de estrada... conceito um pouquinho diferente do “motel” aqui no Brasil, hehe...), o primeiro MCDonald´s do mundo, o parquímetro (ou “zona azul” para nós brasileiros), a primeira lanchonete com “drive-thru”, quanta coisa né? Ahhhh, e como tem posto de gasolina nessa Rota! Aqueles lindinhos em estilo retrô da década de 50 e 60! A Rota 66 foi a grande responsável pelo desenvolvimento automobilístico americano, melhorando a autonomia e conforto dos veículos, afinal a tal estrada era longa!

Nas matérias seguintes que escreverei neste site, vou compartilhar com vocês alguns pedacinhos e histórias dessa Rota que nos ajudarão a conhecer um pouco mais da história da maior potência mundial e atual berço da democracia moderna: os EUA.

Nossa próxima parada será em Chicago, the windy city (a “cidade dos ventos”). Nos vemos lá!

23/12/20

Então, é Natal...

E mais um ano se vai... e outro vem chegando! É o ciclo da vida.

Para ser sincera, não sei descrever muito bem qual sensação sinto quando penso no Natal este ano. Afinal, é Natal, não é mesmo? Está aqui pertinho... bem na esquina!

Um Natal diferente... com compras online feitas do confortável sofá de casa, sem shoppings lotados, sem corrida para comprar um peru... pelo menos é assim que está sendo para mim! E no meio dessa bagunça toda que estamos vivendo, quem sabe esse não é um dos lados bons não é mesmo? A falta do tal “stress” do Natal!

Umas das coisas que mais amo nesta época do ano é ver todos aqueles filmes lindos de Natal! As pessoas aconchegadas na frente das lareiras, num chalé gostoso, usando cachecóis e gorros fofinhos e tomando um delicioso chocolate quente! Quando vejo isso me inspiro a entrar no clima! Respiro fundo, me aconchego no sofá e olho pela janela naquela esperança de ver os flocos de neve caindo lá fora, masssss... não é bem assim por aqui não é mesmo? O sol ofusca, o calor derrete, o suor castiga e até mancha o sofá! E, de repente, aquele tal chocolate quentinho aumenta ainda mais a sensação de calor e a vontade de sair correndo pelado para mergulhar numa piscina fresquinha!

Realmente, o lugar perfeito não deve existir! Para mim esse tal lugar perfeito seria aquele em que neva no Natal e faz aquele calor gostoso no Ano Novo! Porque afinal, o Natal quentinho que vemos nos filmes nos dá aquela sensação gostosa de aconchego não é mesmo?? Mas como seria o Ano Novo num lugar desses? Você já pensou? O que seria de um Ano Novo em que você tivesse que se enrolar num cobertor e não tivesse coragem de colocar o nariz para fora de casa? E a praia?? E aquelas 7 ondinhas que temos que pular (sem cair e sem dar as costas para o mar, por favor!) fazendo um pedido? E as flores para Iemanjá? Só para constar: no inverno com neve não tem florzinha não, tá??

Minha conclusão é que ou o mundo muda de vez ou temos que ser bem ricos para conseguir os extremos climáticos em apenas uma semana não é mesmo? Passar o Natal na linda, congelante e aconchegante Suíça, com a neve lá fora. E passar o Ano Novo no Caribe tomando um sol, curtindo a praia e pulando as ondas!!! Aí sim! Como dizia o admirável Stephen Hawking: “enquanto há vida, há esperança”, então, pensemos positivo!

Existe uma lenda que diz que os desejos de Natal não dizem respeito a aquilo que precisamos, mas sim a aquilo que profundamente “desejamos para nós mesmos”! Eu convido você, então, a aproveitar esse momento mágico do Natal de um ano tão ímpar e a ouvir o seu desejo mais profundo!

Que sejamos abençoados e passemos o Natal junto a aqueles que amamos, seja virtual ou pessoalmente!

E que o novo ano nos traga saúde e confiança de que dias melhores virão! Porque sim, eles virão!!!

09/12/20 

Até quando???

Este ano tem sido tão turbulento e desafiador de tantas maneiras diferentes para mim (e para o resto do mundo certamente), que no meio de toda essa confusão de COVID, quarentena, máscara, álcool em gel e tantas outras coisas, a pergunta que pra mim não quer calar é “até quando?”.

Já li em vários jornais que a palavra da vez de 2020 é lockdown. Acho que a esta altura, todos nós já devemos saber o que significa lockdown, mas de repente vale um esclarecimento. Diferente do que muitos possam pensar, lockdown não é “prisão”, mas sim confinamento. O que, acredite ou não, são coisas um tanto quanto diferentes! Ainda bem aliás! Ou seja, lockdown é um “isolamento”, uma “clausura”, mas não no sentido, por assim dizer, “prisioneiro” da palavra! Afinal, estamos confinados em nossas casas (assim espero eu!) não é mesmo? E até conseguimos dar uma saidinha de vez em quando... pelo menos quem compra nossa própria comida não são carcereiros não é mesmo? Esta palavra foi eleita como sendo a palavra que representa este ano totalmente adverso, mas, para mim, uma pergunta que tenho feito a mim mesma me parece bem mais adequada: “até quando?”.

Você que está lendo esta matéria deve pensar “ahhhh, ela deve estar se perguntando até quando ficaremos em isolamento!”. Bom, sim, claro! Mas na verdade, não... não é bem isso, ou não é “apenas” isso! E explico a vocês o que é exatamente.

Em vocabulário bem livre digo a vocês (e acho que muitos vão concordar comigo!) que este ano está sendo muito, muito chato! E muuuuuuito com muitos uuuuuuu!!! Não que outros anos não tenham sido difíceis e complicados, mas convenhamos que ter sua vida por um fio por conta de um possível cuspe ou tossida alheios é meio demais né? Fora todo o stress “prático”, do tipo: “Será que eu tenho que trocar de roupa quando volto do mercado? Encostei em algo que estava contaminado será? Passei álcool nas compras? Ai caramba, eu desinfetei a sacolinha? Aí Deus, eu cocei o olho? Passei álcool em gel antes de coçar o olho? Encostei em algo quando entrei no carro? Eu encostei na máscara? Aíiiii a máscara roçou no meu olho!!! Ahhhhhh”. Olha que isso é coisa de maluco, mas como bem diz o filósofo, é o que temos para hoje! E se álcool em gel e máscara nos garantem, estou tomando álcool e amarrando o tênis com a máscara até!!

Entre uma passada de álcool e uma lavada de 40 segundos de mão, minha cabeça na realidade não para de rodar e se perguntar: até quando?

Sim, a pergunta imediata é sim até quando raios eu não vou poder entrar em casa e me sentar no sofá sem tirar o sapato, lavar a mão e trocar de roupa antes! Mas bem lá no fundo, acho que esse questionamento é um pouco mais profundo. Portanto, vou mais além...

Até quando vamos viver em um mundo onde políticos se pensam cientistas, médicos e até mesmo donos das vidas alheias? Até quando as pessoas vão continuar pensando que o que fazem não impacta em ninguém? Até quando se pensará que saúde e economia andam separadas? Até quando viveremos em um mundo que não vê que todos, digo, TODOS, somos interdependentes?? Não me pergunto somente até quando ficaremos nesse isolamento que parece não ter fim, mas me pergunto sim até quando todos nós ainda vamos pensar que a responsabilidade de todos e de cada um de nós está nas mãos de algum outro! Sim, é difícil! Sim, está demorando demais! E sim, acima de tudo, o aprendizado é doloroso... mas depende única e exclusivamente de cada um de nós! Não tem governo nem cientista que vá resolver este problema imediatamente, acho que isso já percebemos não é verdade?

Confesso que a dedicação dos profissionais da saúde e cientistas este ano realmente me emociona! E sim, o que eles estão fazendo e desenvolvendo é nossa luz no fim do túnel! A vacina contra a COVID é nossa esperança sim para acabar com o tal do lockdown. Com o lockdown pelo menos... Porque me pergunto se esta vacina vai resolver todos os outros problemas que já existiam há tempos, mas que foram apenas ampliados neste ano tão ímpar!

Esta pandemia maluca, para mim, nada mais é do que uma lente de aumento: os problemas não necessariamente aumentaram, creio que apenas estamos conseguindo vê-los melhor e talvez mais claramente! E, diga-se de passagem, começo a achar que a COVID está trazendo à tona do ser humano em geral uma falta de vergonha sem tamanho! Nunca vi tanto desrespeito ao próximo e à natureza como tenho visto hoje! E me parece que isso é apenas uma revelação, pois os sinais mostram que tudo já vinha acontecendo há muito tempo...

O Natal está pertinho de nós, e sequer sabemos se poderemos passá-lo pessoalmente com nossas famílias ou não por conta do aumento exorbitante dos casos da doença. Mas em meio a esta brisa natalina eu pergunto a mim mesma e a cada um de vocês que me leem agora: até quando acreditaremos que uma vacina para a COVID vai resolver tudo? Será que nossas atitudes hoje já não podem fazer muita diferença? Fica a dica..

06 /01 /20

Ano novo, metas novas

Me lembro que minha avó sempre passava as festas conosco quando eu e meu irmão éramos pequenos e ela fazia questão de nos fazer olhar pela janela lá para o meio do mato (afinal morávamos num sítio!!) e apontar o ano “jovenzinho” correndo atrás do ano “velhinho”! Você pode achar isso um absurdo, mas eu confesso que eu via o velhinho correndo e o jovem correndo atrás dele! O máximo era a narração dela dizendo que um dia o jovem pegaria o velho! Isso eu não cheguei a ver, mas quaaaase... Hehe... Eita época boa!! Essas lembranças não têm preço! Tê-las vivido então é algo simplesmente espetacular!

Lembro também que quando mais jovem todo fim de ano eu fazia uma lista daquilo que queria realizar no ano novo. Nem sei quantas vezes eu já li que “escrever ajuda a realizar as metas”. Então lá ia eu escrever as minhas! Meu apego a essas metas nunca foi muito exemplar, confesso, e isso era comprovado ao final de cada ano quando eu descobria que nem sabia onde raios tinha colocado a lista pra saber se o que eu tinha como “meta” tinha se realizado!! As metas eram as mais malucas possíveis sem dúvida, mas lembro que um ano meio que me superei e escrevi na lista que queria perder 5 kg. O ponto mais fantástico foi que esqueci de me pesar no começo do ano para saber se tinha alcançado a meta no final! Sem comentários...

Bom, este ano resolvi ser diferente e documentar minha meta para “testemunhas” fazendo algo que eu AMO!!! Amo escrever e não faço isso há anos!! Portanto minha meta este ano é compartilhar periodicamente com vocês memórias, momentos, viagens e tudo mais que possa trazer um pouquinho de cor para a vida de cada um de nós através desta coluna!

Espero que cada um de vocês tenha tido uma passagem de ano espetacular e quem sabe até conseguido ver o ano velho correndo atrás do novo!! E como diria o poeta “não desejo que 2020 te traga felicidade... eu desejo que você seja feliz, seja qual for a realidade que você tenha que viver”!

Espero vocês por aqui para a próxima coluna!

Feliz ano novo 😊

Dani